domingo, 12 de novembro de 2023

Diretora Sindical da FEDACSE/BA Levanta Bandeira contra o Uso do Vectobac no Extremo Sul da Bahia




Durante a recente reunião da diretoria da FEDACSE/BA, realizada em Porto Seguro nos dias 08, 09 e 10 de novembro de 2023, a Diretora Sindical da entidade, Ruthe Barreto, trouxe à tona uma preocupante batalha contra o uso do produto químico Vectobac no extremo sul da Bahia. 

No encontro, Ruthe Barreto compartilhou os debates ocorridos durante uma reunião anterior, em 17 de outubro, na qual, junto a outros diretores da federação e do sindicato da base SINDIACSCER, dialogou com técnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), bem como com coordenadores dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs), sobre a exposição  prejudiciais à saúde de alguns trabalhadores ACS’s e ACE’s nas cidades de Guaratinga e Eunápolis e Porto Seguro.

A diretora sindical relatou que durante a reunião com o Ministério da Saúde em Guaratinga, ter tido acesso à nota técnica do Vectobac, cuja ficha técnica  classifica o produto como um inseticida biológico e não um larvicida,  como vem dizendo o Ministério da Saúde, conforme frisou em na reunião da FEDACSE/BA:

“O Ministério da Saúde insiste em afirmar constantemente que o Vectobac é um larvicida, quando, na realidade, trata-se de um inseticida. Enquanto o larvicida visa eliminar larvas, o inseticida tem como alvo pragas adultas. Realizamos extensivas pesquisas e estudos para respaldar essa distinção.




 Diante disso, decidimos imprimir a ficha técnica, que está em circulação em nossa regional desde agosto, e a enviamos para os municípios da nossa base. Queremos alertar todos os secretários de saúde, superintendências e coordenadores da vigilância epidemiológica de que estão utilizando um inseticida, o VECTOBAC”.

Ainda de acordo com a diretora, durante o encontro,  foi também ressaltado que, diante do fato de não se tratar de um larvicida, o mesmo não vinha sendo  armazenado de forma apropriada e também por isso  representava um risco, já que em alguns municípios  há registros de armazenamentos em locais inadequados, como postos de saúde e escolas, o que expõe não só os trabalhadores, mas também crianças.

Assim, diante disso, entrou na pauta também o desafio de garantir a segurança dos trabalhadores, uma vez que a ficha técnica do produto exige equipamentos de proteção individual (EPIs) específicos para ocasiões únicas, enquanto na realidade o ACE trabalha diariamente  com outros tipos de equipamentos de proteção diariamente.

“Outro ponto crítico é que o agente biológico carrega o produto dentro da mochila, expondo-o à chuva, sol, calor e abafamento. Isso contraria a orientação da ficha técnica, que especifica a necessidade de um armazenamento adequado e pede cuidado na retirada do produto do local designado, um recipiente de 500 gramas. Em outras palavras, o agente é obrigado a abrir o recipiente no mínimo 25 vezes por dia, devido à exigência do programa que estabelece um mínimo de 25 visitas diárias” destacou Ruthe.

De forma geral, a diretora reforçou a necessidade de um olhar mais atento às bases, propondo a formação de comissões sindicais para monitorar e enfrentar os riscos aos quais os trabalhadores vêm sendo expostos. “Enquanto não houver uma nota técnica do Ministério reconhecendo as preocupações, a  briga persistirá, e coordenadores e entidades sindicais devem agir nas suas respectivas bases”.

A briga, nas palavras da diretora sindical, é no sentido positivo, um enfrentamento legítimo em busca da preservação da saúde dos servidores, marcando uma nova era em que os trabalhadores têm a consciência e a capacidade de fazer valer seus direitos e preocupações e saúde laboral.


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