Ondas de calor e o trabalho do ACS’s e dos ACE’s

Por SINDACESB

Em meio às notícias constantes sobre a elevação das temperaturas devido ao fenômeno natural El Niño, que promete atingir níveis recordes, a questão laboral dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias, profissionais da linha de frente,  pede atenção das autoridades e entidades representativas.

Isso porque, a exposição prolongada a temperaturas elevadas, comum à prática da categoria, pode dá origem ao chamado estresse térmico ocupacional,  classificado pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, como  uma condição que torna o trabalho excessivamente difícil, senão impossível, de ser realizado com a intensidade normal.

Diante desse cenário preocupante, é imperativo que as  representações sindicais iniciam debates com as gestões locais para a implementação de medidas eficazes  e orientem os trabalhadores a adotar cuidados e  melhores práticas  de proteção essenciais, tais como:

Melhorias no acesso à água, adaptação de horários de trabalho com a possibilidade de serviços internos, distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como chapéus e protetor solar, e a adoção de esquemas de turnos que considerem os mais vulneráveis.

Além disso,  a ingestão regular de líquidos e a realização de exames  periódicos de saúde. Estas são práticas benéficas orientadas pela organização do trabalho  para lugares onde a temperatura costumar a se elevar a partir de 33°C.

Sobre o assunto, Zilar Portela, presidente da Federação Baiana dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias, ressalta a urgência do tema, citando alertas da OIT sobre os perigos e a necessidade de medidas preventivas. 

“A tarefa da categoria  é desempenhar com eficiência as funções que lhe são atribuídas. A tarefa  dos municípios é organizar o funcionamento proporcionando melhores condições de trabalho e saúde para os trabalhadores. 

A Federação Baiana está empenhada e vai reivindicar junto à Secretaria Estadual de Saúde a adoção de medidas para preservar a saúde laboral dos ACS's e ACE's em todo o estado durante o verão. O compromisso é claro: não ficaremos indiferentes a essa questão vital.”